Uma das principais queixas em um condomínio é o valor da cota condominial. De fato, um condomínio muito caro deixa qualquer condômino descontente. Sobretudo se o valor sofrer ajustes extras.
E quando dói no bolso, especialmente em tempos de pandemia, a insatisfação é maior. Ninguém quer que os gastos de um condomínio subam.
Nesse sentido, a primeira queixa é com o valor da cota condominial. A partir disso, surgem os questionamentos: ela é compatível ou não com a realidade do condomínio?
Contudo, quando há contestação no valor do condomínio, como saber o que está certo? Como diminuir o valor do condomínio?
Antes de tudo, para responder essas perguntas, é preciso entender o que é a cota condominial. Da mesma forma, como ela é composta. Ou seja, como o seu valor é definido.
O que é a cota condominial?
A COTA CONDOMINIAL é o rateio das despesas condominiais entre os condôminos.
Nas despesas condominiais estão os gastos das áreas de uso comum do condomínio.
Taxa condominial ou cota condominial?
Popularmente, taxa condominial e cota condominial são usadas para o rateio das despesas do condomínio. No entanto, o correto é cota condominial.
Taxa é uma exigência financeira imposta pelo governo ou alguma organização política (ou governamental) à pessoa privada ou jurídica para usar certos serviços fundamentais, ou pelo exercício do poder de polícia. Ou seja, é uma das formas de tributo.
Como é feito o cálculo do rateio do valor do condomínio?
O rateio do valor da cota condominial pode ser definido de duas maneiras:
- Somar as despesas e depois dividir pela quantidade de unidades no condomínio; ou
- Multiplicar pela fração ideal de cada unidade.
Assim, a fração ideal é quanto que o imóvel corresponde, de maneira proporcional, de um todo do condomínio.
Então, basta multiplicar o valor total de despesas pela fração ideal da sua unidade.
Por exemplo:
– despesa total do condomínio = R$30.000,00
– sua fração ideal é 0,01950
Valor da cota condominial é [ 0.01950 x 30.000,00 ] = 585,00
Portanto, a sua unidade pagará R$585,00/mês.
No entanto, a forma de rateio não é o que determina se o condomínio é caro.
Como é composto o valor do condomínio?
Como dito, o valor da cota condominial é composto pelas despesas de uso comum no condomínio. Em outras palavras, despesas para o funcionamento dos serviços disponibilizados por ele.
Nesse sentido, sua composição, em geral, é a seguinte:
- Mão de obras e encargos: 40% a 50%;
- Água: 12% a 15%;
- Energia elétrica: de 10% a 12%
- Manutenções: de 8% a 10 %;
- O restante é seguro, custos administrativos, material de limpeza, etc.
Como é possível perceber, as despesas que deixam o condomínio caro se concentram na mão de obra e encargos. Depois disso, vêm consumo de água e energia elétrica.
Como diminuir o valor do condomínio caro?
Você acha que seu condomínio está muito caro?
Como dito anteriormente, cerca de 50% da cota condominial é alocado para o pagamento de despesas com mão de obra e encargos (folha de pagamento).
Depois disso, vem as despesas com consumo de água e energia elétrica. Entretanto, cada condomínio tem um perfil e infraestrutura.
Então, a maneira mais efetiva de se reduzir o condomínio caro é começar por uma análise financeira. Em outras palavras, fazer um detalhamento dos custos e despesas atuais.
Dessa forma, verifica-se quais contas representam os maiores gastos no condomínio. Só depois disso é que se consegue fazer as readequações.
Mas atenção! Isso deve ser feito por um especialista ou administradora de condomínios experiente.
Afinal, recursos financeiros mal utilizados também contribuem para um condomínio caro.
Por que a folha de pagamento deixa o condomínio caro?
Antes de tudo, a folha de pagamento do condomínio é composta pelo salário dos colaboradores e encargos trabalhistas. Por exemplo, FGTS, INSS, férias, décimo terceiro, vale-transporte e horas extras.
De fato, se não fizer uma boa gestão, ela contribuirá para um condomínio caro. Só os encargos trabalhistas representam cerca de 40% do valor da folha.
É uma das despesas mais difíceis de se mexer quando o assunto é redução de gastos. Requer cuidado e conhecimento para tal.
Não recomendamos que o síndico tente fazer isso sozinho. O melhor neste caso é contratar uma empresa de administração de condomínios com experiência nessa área.
Porém, o síndico consegue adotar algumas medidas iniciais até que a administradora faça um estudo.
Meu condomínio está muito caro! O que o síndico pode fazer?
- Escala de serviços melhor elaborada, com poucas horas extras;
- Não deixar que os colaboradores acumulem mais de uma função (isso traz consequências trabalhistas);
- Caso tenha uma empresa terceirizada prestando serviços (portaria ou limpeza, por exemplo), é importante verificar se ela recolhe em dia os impostos da folha de pagamento, pois o condomínio pode responder solidariamente caso ela não pague os encargos trabalhistas.
A despesa com água também deixa o condomínio caro.
A água é considerada a segunda maior despesa condominial e representa cerca de 12% a 15% do valor da cota paga mensalmente pelos condôminos.
Um condomínio caro pode ser indício de gastos elevados com a conta de água.
Para solucionar o problema de gastos elevados com água, a melhor solução é readequar o seu uso e trabalhar na conscientização dos moradores e funcionários do condomínio.
E quais readequações são possíveis fazer para baratear a água?
A seguir algumas dicas que auxiliarão a economizar água e consequentemente ajudarão a resolver o problema de condomínio caro:
- Se possível, investir na instalação de hidrômetro individual. Essa medida faz com que cada condômino tenha noção dos gastos de sua unidade e tome medidas para baratear a sua conta de água;
- Checagem periódica para identificar possíveis vazamentos;
- Investir na sustentabilidade no condomínio por meio da reutilização da água. A água reutilizável pode ser usada para lavar calçadas e áreas externas, por exemplo. Adotar essa medida pode gerar uma economia de cerca de 40% na conta de água.
A energia elétrica é a terceira maior despesa. É possível barateá-la?
A energia elétrica está em terceiro lugar no ranking das despesas condominiais que contribuem para um condomínio caro. Representa cerca de 10% a 12% da cota condominial.
É possível diminuir os gastos com energia elétrica por meio de algumas providências, tais como:
- Instalar o tipo de lâmpada ideal para tipo de ambiente;
- Lâmpadas LED são mais econômicas do que as convencionais. Representam uma economia de cerca de 80% quando comparadas às lâmpadas comuns;
- Instalar sensores de presença no condomínio;
- Desligar um dos elevadores em horários em que eles são menos utilizados.
Da mesma forma que com o consumo de água, ações sustentáveis são indicadas para reduzir o valor pago com consumo de energia.
Se o seu condomínio já identificou a necessidade de alternativas em eficiência energética e ainda não implementou, fale com os nossos gestores. Eles vão te ajudar com essa solução.
A inadimplência tem sua parcela de contribuição quando o assunto é condomínio caro. O que fazer nesse caso?
A alta inadimplência condominial, além de trazer problemas para o fluxo de caixa, também deixa o condomínio caro.
Quando a inadimplência está acima do previsto no orçamento, faltam recursos para o pagamento de despesas. A consequência disso são as cotas extras ou uso do fundo reserva.
Portanto, controlar a inadimplência é fundamental para reduzir a cota condominial.
E o que mais é possível ser feito para resolver a questão do condomínio muito caro?
Além das possibilidades já mencionadas para solucionar o problema do condomínio muito caro, outras medidas também são possíveis para reduzir custos no condomínio.
Por exemplo:
- Negociar os contratos, especialmente os de manutenção. É uma boa opção para tentar reduzir o gasto com condomínio;
- Instruir os colaboradores da limpeza a usarem os materiais com consciência.
- Cotar os produtos e materiais utilizados no dia a dia do condomínio em mais de um fornecedor, com o intuito de buscar os preços mais vantajosos.
Contratar uma administradora ajuda a reduzir gastos no condomínio?
Sem dúvida! Uma empresa especializada em administração condominial pode contribuir muito. Ela tem mais experiência e identificará o que de fato deixa o condomínio caro.
No entanto, vale um alerta. Ao contratar uma administradora, o síndico deve verificar se ela tem estrutura e equipe especializada.
Além disso, é importante que ela apresente casos de sucesso nessa área. Muitas empresas prometem que vão reduzir a cota condominial e depois não cumprem.
Inclusive, atraem a atenção do síndico com valores baixos e depois cobram serviços extras.
O síndico não deve escolher a administradora pelo preço!
Existem fatores importantes para se avaliar na contratação.
Por exemplo:
- infraestrutura
- esquipe especializada
- atendimento
- tecnologia (APP, portal e software de controle de gastos)
- tempo de mercado
- certificação ISO
- afiliação nas entidades de classe do setor (PROAD, AABIC, SECOVI)
- certidões negativas
Conclusão
Você teve uma breve demonstração do que deixa seu condomínio muito caro e quais ações são indicadas para reduzir os gastos no condomínio.
Contudo, são apenas algumas medidas dentre outras possíveis. Então, para saber com mais detalhe sobre este assunto, baixe nosso E-book sobre Gestão Financeira saudável em seu condomínio. Ele tem dicas incríveis para te ajudar a controlar melhor os gastos. Aproveite!