Recarga para carros elétricos será obrigatória em prédios de São Paulo, com a aprovação da Lei municipal n° 17.336, que entrou em vigor na quarta-feira (31/03). Ela obriga todos os edifícios novos a possuírem estações de recarga para veículos elétricos.
Ou seja, todos os prédios, residencial ou comercial, construídos na cidade a partir desta sanção, terão que dispor de sistema de recarga de carros elétricos.
Mas qual o impacto dessa medida para os novos condomínios? O que pode afetar a longo prazo para os antigos prédios? Entenda melhor o assunto.
Principais pontos na Lei 17.336
A lei sancionada pelo prefeito Bruno Covas, é de autoria do vereador Camilo Cristófaro (PSB). Ela determina que a medição do consumo de energia elétrica, utilizada para cada carro, seja individualizada e a cobrança da energia consumida, seja conforme os procedimentos das concessionárias.
Porém, ainda não está detalhada se a cobrança será para o condomínio ou para o proprietário. Como acontece para as contas de consumo.
O que a Lei 17.336 dispõe de forma clara, é a obrigatoriedade da previsão de solução para recarga de veículos elétricos em projetos de edificações novas, protocolados a partir da data de vigência da lei.
Deixa de fora, empreendimentos resultantes de programas habitacionais públicos ou subsidiados com recursos públicos.
Quais os impactos para os prédios com a Lei para a recarga dos carros elétricos?
De acordo com a empresa especializada na instalação de sistemas de recarga de carros elétricos, a nova Lei atinge mais de 1 mil novos prédios.
O principal impacto é a revisão do sistema elétrico e a instalação de pontos de recarga. Pode ser um ponto por vaga ou um ponto contemplando todo o estacionamento da edificação. Chamada “vaga verde“, com rotatividade dos automóveis.
O diretor-executivo da empresa explica que já há aumento na procura pelo sistema de recarga. Principalmente os empreendimentos voltados para as classes A e AB, a ser construídos nos próximos cinco anos na cidade.
Ainda afirma que, “os condomínios que já estão alterando os projetos para cumprir a lei, a empresa está instalando os pontos de recarga nas áreas comuns dos prédios. A taxa de energia é paga apenas por quem abastece o carro, apesar de estar instalado em área comum e monitorada via aplicativo do usuário.”, explica Pedro Schaan. (Fonte: Sindiconet)
Quanto vai custar para os condomínios?
O custo depende de fatores como tamanho do condomínio e disposição das vagas. O diretor da empresa que instala o sistema para recarga de carros elétricos, exemplifica que para um condomínio de seis prédios, seria necessário desembolsar entre R$ 36 mil e R$ 60 mil.
Só a compra de um carregador de carro elétrico varia entre R$ 6 mil e R$ 10 mil, segundo Schaan. Segundo ele, existe a possibilidade de alugar o sistema por R$ 200 mensais por ponto de recarga. Neste caso, a taxa de energia correspondente aparece diretamente na fatura de luz, já que o aluguel é para pessoas físicas.
Desafios para os condomínios em SP
Além das questões técnicas de instalação e quantidade de pontos de recarga, há outro desafio.
Definir se os custos serão por rateio do condomínio ou divididos entre os usuários dos carros elétricos. Há no mercado, tecnologias inteligentes que já fazem este rateio para os donos dos carros sem prejudicar aqueles que não tem.
Contudo, um condomínio em SP que tiver instalado um sistema para recarga de carros elétricos, pode valorizar e beneficiar todos que possuem uma unidade nele.
Ou seja, mesmo quem não tem um carro elétrico pode valorizar sua unidade na hora da venda ou locação. Até mesmo se interessar em adquirir um modelo de veículo elétrico.
Carros elétricos não são um luxo, é uma questão de sustentabilidade
Com a aprovação da Lei 17.336 para os prédios novos se adequarem às recargas de carros elétricos, muitos condomínios terão a oportunidade de contribuir às ações sustentabilidade.
Conforme a ABVE (Associação Brasileira de Veículos Elétricos), uma pesquisa nacional de opinião do Instituto Clima e Sociedade, mostra que a preferência por carros elétricos vem aumentando ao longo do tempo.
Em 3 anos, de 2017 a 2020, a probabilidade dos entrevistados terem carro elétrico subiu de 46% para 71%. Ela estima que em 2030, haverá uma frota de um milhão de carros elétricos circulando por todo o Brasil.
A produção de carros elétricos no mundo está crescendo. Deixa de ser uma tendência e inovação a ponto de se tornar uma realidade cotidiana.
Para exemplificar, o estado americano da Califórnia proibiu a construção e abertura de postos de gasolina. Também, a ampliação de bombas em estabelecimentos que já possuem combustível. Eles querem, com isso, neutralizar a presença do carbono na região até 2030. O estado, inclusive, determinou o impedimento de carros movidos à combustível fóssil até 2035.
A Stellantis, grupo das montadoras Fiat, Chrysler, Peugeot e Citroen, anunciou que encerrará a fabricação de motores a combustão até 2025.
E por qual razão estamos falando disso? Porque em 5 anos, pela projeção de entidades especializadas, os novos condomínios com garagens terão sistema de recarga para carros elétricos.
Logo, os condomínios “antigos” deverão se adaptar à demanda de acordo com usuários dos carros elétricos.
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