Convivência

Gás: a segurança está em detalhes que muitas vezes não são percebíveis. Atenção!

Tomar um banho quentinho ou manter um ambiente aquecido é um dos luxos cada vez mais comuns hoje em dia. O aquecimento central ou mesmo um aquecedor a gás individual em uma unidade estão cada vez mais no dia a dia de condomínios e apartamentos. Mas todo cuidado ainda é pouco. Cheiros, pequenos e estranhos barulhos, ferrugem, faíscas ou uma fumacinha são detalhes que até podem passar desapercebidos, mas devem ser observados e considerados sempre. Eles podem ser o princípio de um problema grande, que pode colocar em risco a segurança da unidade e de todo o condomínio.

Alguns desses pequenos sinais (muitas vezes, quase imperceptíveis) são importantes indícios que devem ser observados. Muitos são os casos, até recentes, de acidentes (graves) com esse tipo de equipamento. Um vazamento de gás é quase imperceptível, pois não tem cheiro, aí já é tarde. Ou seja, todo cuidado aos detalhes ainda é pouco.

Esses recentes acidentes, no Brasil e no Exterior, vieram de um problema recorrente a esse tipo de equipamento e que gera certa confusão. Não foram vazamento – o que também pode acontecer -, mas foram causados pela inalação de monóxido de carbono, gás resultante da queima de gases usados como combustíveis nesses aparelhos. Ou seja, mesmo desligados, o cuidado tem de ser redobrado.

Manutenção, orientação, cuidado, conhecimento (mesmo que básico) são fundamentais para que se evitem acidentes mais sérios. Por exemplo, de um pequeno vazamento de gás, que pode vir do aparelho ou do registro, por exemplo, até o risco de uma grande explosão no ambiente – seja na unidade ou afetando todo o prédio. Nesses casos, se houver a menor desconfiança de vazamento, a primeira providência é não ligar luz alguma ou acender fósforos. Uma pequena faísca ou fagulha pode causar um grave acidente, com resultados altamente profundos.

O cuidado deve ser redobrado com todos os sinais. Por exemplo, esses aparelhos são projetados para que os gases e sua combustão sejam enviados para o exterior do ambiente, por meio de dutos de exaustão, como chaminés. Mas, uma falta de manutenção preventiva pode mascarar uma corrosão ou uma ferrugem e que podem ser muito sérios. Segundo especialistas, esse tipo de problema é a causa da maior parte dos acidentes envolvendo gás e aquecedores. O problema não está no aparelho, mas em falhas nas saídas de exaustão ou na ventilação do ambiente.

Cuidado e manutenção são essenciais e periódicos. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) recomenda (não é lei), que a manutenção feita por fabricantes ou técnicos deva ser efetuada ao menos uma vez por ano. Infelizmente, isso é uma recomendação, não uma obrigação. Em alguns Estados, como o Rio de Janeiro, há leis estaduais que regulamentam o uso, mas são exceções. São Paulo – o estado com maior número de condomínio do País -, no caso, não possui.

Assim, vale a recomendação, se o condomínio ou o condômino optou por esse tipo de conforto, redobre os cuidados. Ratificando, em vazamento de gás do aquecedor, o forte cheiro é perceptível, mas o gás que é resultado da combustão, o monóxido de carbono, se não sair da maneira adequada e se espalhar pela unidade, não se sentirá cheiros, mas deve-se desconfiar de outros sinais como náuseas, tontura, fraqueza e confusão mental – sintomas da inalação de monóxido de carbono.

No caso desses sinais, a Associação Brasileira de Aquecimento a Gás (Abagás), entidade que representa os fabricantes, recomenda:

• Não acender luzes ou acionar equipamentos elétricos;

• Não utilizar fósforos ou isqueiros;

• Ventilar o local com a abertura de janelas e portas;

• Fechar as válvulas de bloqueio dos equipamentos;

• Sair do ambiente;

• Comunicar imediatamente a ocorrência para o número de emergência da concessionária que fornece o gás natural encanado ou o Corpo de Bombeiros.

Para o caso de condomínio ou unidades que tenham esses aparelhos, outras recomendações e/ou dicas se fazem necessárias:

– Em ausências prolongadas (como viagens) do morador, recomenda-se fechar todos os registros de gás dos aparelhos – e gerais, caso houver;

– Não use a potência máxima do aquecedor sem necessidade – isso pode causar combustão maior e risco de “vazamento”;

– Chamas de gás devem ter cor azulada. Chamas instáveis ou amareladas são sinal de aquecedores desregulados;

– O local no qual o aquecedor está instalado deve possuir ventilação permanente – recomenda-se áreas de serviço com janelas;

– Registros e conexões devem estar sempre em perfeito estado;

– Verificar diariamente, à noite, se registros e torneiras dos aparelhos estão

fechados

– Se possível, tenha um detector de gás, que pode ser comprado lojas de ferragem;

– Efetue revisões, pelo menos, anuais nos equipamentos – mesmo que não sejam obrigatórias;

– Se você sentir cheiro de gás, mesmo que controlado, fale com o zelador ou com o síndico;

– Se você não conseguir identificar o vazamento, chame imediatamente o fornecedor de gás ou um bombeiro de confiança.

Importante ressaltar que a manutenção/reparo dos aquecedores são de responsabilidade de cada unidade.

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