Sustentabilidade

Aumento de resíduos no condomínio durante o isolamento? Coleta Seletiva? Como o síndico deve proceder?

Veja como o correto gerenciamento de resíduos, incluindo a coleta seletiva, podem evitar a contaminação no condomínio

A ordem é fique em casa, se puder, afinal o isolamento social é, até agora, a medida mais eficiente de evitar o contágio pelo novo coronavírus. Mas, como o síndico deve agir em relação ao aumento de resíduos no condomínio, com o isolamento social?

Afinal, de acordo com os dados do Compromisso Empresarial de Reciclagem (Cempre), apenas 17% da população tem acesso à coleta seletiva – e várias cidades no país estão com o serviço suspenso, atualmente.

Áreas de lazer parcialmente interditadas, home school e home office. Isso significa o consequente aumento do lixo devido à maior quantidade de pedidos delivery de comida. Para reforçar a afirmativa, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), a geração desses tipos de resíduos sólidos aumentou em torno de 25% durante a pandemia.

Diante desse cenário, para o gestor do condomínio, lidar com esse tipo de situação, quando o próprio lixo pode ser um agente infectante, pode ser um desafio.

Para ajudar nesta questão, trazemos para você, síndico, algumas dicas de como administrar esse tipo de situação e reduzir os riscos de contaminação entre moradores e funcionários.

Será que a coleta seletiva é a melhor saída para o aumento de resíduos no condomínios?

Como mencionamos acima, o aumento dos pedidos de delivery, por exemplo, tem gerado uma quantidade maior de lixo doméstico, mas, principalmente, de detritos recicláveis.

Para o gestor do condomínio, uma saída é promover o correto gerenciamento dos resíduos, que inclui a educação ambiental dos condôminos e funcionários, a separação adequada dos resíduos, o armazenamento, a coleta e o destino final adequado.

Além disso, para diminuir o risco de manipulação pelos funcionários do condomínio e promover a destinação correta dos resíduos, uma boa estratégia é contar com os serviços de gerenciamento de resíduos por empresas especializadas, como o Instituto Muda ou Yougreen Cooperativa, por exemplo.

Afinal, o que são resíduos infectantes e como descartar?

O síndico pode também orientar os moradores sobre o descarte dos resíduos considerados infectantes. São aqueles resíduos que apresentam possibilidade de estarem contaminados com agentes biológicos tais como: bactérias e vírus por exemplo. Estão presentes em: luvas e mascaras descartáveis, gazes, seringas, agulhas, tubos de coletores e de transferência.

Nesse caso, o morador pode manter esse lixo separado dos demais da casa e colocá-lo em um saco impermeável e resistente para evitar vazamentos e ruptura. Além disso, é importante evitar encher muito o saco, uma vez o ideal é que os resíduos infectantes não ultrapassem 2/3 de sua capacidade.

O saco pode ser lacrado e colocado dentro de outro onde seja possível escrever “Resíduo infectante Covid-19”, de forma bem clara e visível.

Esse tipo resíduo precisa ser separado, deve ser colocado em recipiente adequado e levado pelo próprio morador a um posto de saúde mais próximo.

Luvas e máscaras também devem ter descarte diferenciado

Elas protegem, mas, se forem descartadas da forma incorreta, luvas e máscaras podem ocasionar o efeito contrário: se tornarem agentes contaminantes.

Por isso, é muito importante que o síndico procure conscientizar os moradores a não descartarem máscaras e luvas sem os devidos cuidados.

Nas unidades em que não há registro de contaminados por Covid-19, luvas e máscaras devem ser descartadas como lixo orgânico normal e jamais sendo destinadas à coleta seletiva.

Em nenhuma hipótese esses itens podem ser reutilizados, doados ou entregues a outras pessoas sem o devido cuidado no descarte.

Funcionários devem ser orientados

Se por um lado o síndico pode orientar os moradores sobre os procedimentos com seu próprio lixo, por outro os funcionários do condomínio também precisam receber orientação sobre como lidar com os resíduos para não serem contaminados.

Como a informação é a melhor forma de prevenção, é interessante que todos tenham ideia da durabilidade aproximada do vírus no meio ambiente.

Apesar de o conhecimento sobre o novo coronavírus estar sendo construído dia após dia, de acordo com a Associação Brasileira de Engenharia Ambiental e Sanitária (Abes), o que se sabe, até agora, é que o vírus é capaz de se manter até:

  • 5 (cinco) dias sobre as superfícies plásticas;
  • 4 (quatro) a 5 (cinco) dias sobre as de papel;
  • 4 (quatro) dias em objetos de vidro e de madeira;
  • 2 (dois) a 8 (oito) horas no alumínio;
  • 8 (oito) horas nas luvas cirúrgicas;
  • 4 (quatro) horas no aço.

Como incentivar as atitudes individuais dos moradores?

Há vários desafios na gestão de um condomínio. Um deles é tentar fazer com que todos os moradores se preocupem igualmente com a coletividade.

No caso do aumento na geração de resíduos e sua gestão, a consciência individual é de fundamental importância, já que as atitudes devem começar dentro de cada unidade. Todos podem ajudar a reduzir o volume de lixo, dando preferência aos serviços que utilizem menos embalagens, por exemplo.

Cabe ao síndico, no entanto, incentivar as boas práticas da gestão de resíduos, promover materiais explicativos sobre os riscos que podem ser evitados, oferecer sugestões que visem a redução da geração de lixo, criar protocolos de descarte de materiais e oferecer treinamento a seus funcionários para o manuseio correto dos detritos.

É sempre bom lembrar que casos suspeitos ou confirmados de coronavírus no condomínio devem ser imediatamente comunicados ao síndico.

Este conteúdo foi útil para você? Aproveite e deixe seu comentário! Que tal compartilhar alguma dica de como você, síndico, tem realizado a gestão de resíduos no seu condomínio? Fique à vontade para compartilhar!

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