Desde a pandemia as pessoas ficaram mais em casa e a vulnerabilidade dos moradores aumentou. E a responsabilidade da segurança no condomínio, como ficou?
Nas últimas semanas vimos notícias reincidentes sobre ataques a condôminos nas saídas das garagens, nas entradas dos prédios e durante as entregas de delivery´s.
Dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo mostram que os roubos em imóveis residenciais chegaram a 1,77% do total de ocorrências em janeiro e fevereiro deste ano.
Apesar de a taxa estar um pouco abaixo no mesmo período que em 2021, esse índice ainda é um número bastante alto.
A fim de melhorar a segurança nos condomínios sugerimos fazer uma estratégia de defesa envolvendo 3 linhas: moradores, colaboradores e administradores.
E é disso que vamos tratar neste artigo.
O dever dos moradores com a segurança em condomínios
Quando as normas de segurança em condomínios são bem elaboradas e aprovadas em assembleias, o sentimento de tranquilidade e paz habita em cada lar.
Claro que vão ter reclamações de pessoas que vão se sentir incomodadas com certas ações, pois vão mexer com o conforto do “não fazer nada”, uma vez que eles acham que a questão de vigilância é de responsabilidade da administração.
Uma série de ações preventivas devem ser adotadas para que os bandidos não penetrem em seus domicílios, tais como:
- ter o “olho mágico” nas portas;
- entregar a lista de convidados na portaria quando for dar uma festa;
- não deixar nas guaritas as chaves da porta;
- assim como não deixar, também, com algum colaborador;
- analisar o movimento na entrada da garagem de pessoas suspeitas;
- não deixar que os filhos menores autorizem visitas de prestadores de serviços e,
- atender os prestadores de serviços na portaria verificando seus documentos.
Os condôminos devem fazer sua parte sendo um facilitador. A administração vai fazer o melhor para ver, analisar e executar ações em prol da segurança.
Não que se deva ficar inerte, porém, colaborar com ideias e críticas construtivas também faz parte deste processo. O interesse é de todos.
Um outro exemplo, na prática, é o controle dos convidados em uma festa, seja na churrasqueira ou salão. Orientá-los e fiscalizá-los para que não fiquem “perambulando” pelas áreas fora do permitido é um desafio, não?
Acesso aos dados informativos
Ainda sobre o dever dos moradores na questão da segurança em condomínios é a negligência do descarte de pacotes.
Os criminosos estão ficando cada vez mais espertos para adentrar aos prédios por estes meios, pois perceberam o aumento de entregas de produtos pela internet.
Os pacotes vêm com etiquetas com todas as informações para chegarem, sem problemas, ao destinatário. E, ainda, além das etiquetas, vêm as notas fiscais com mais referências inclusive.
E qual o problema com isso? A questão está no descarte!
Recebemos pacotes de todos os tipos, abrimos logo as caixas e já descartamos no lixo. O que não percebemos é que nestas etiquetas contém nome da pessoa, endereço, telefone, cpf etc.
É um “prato cheio” para golpes como aberturas de conta, clone de cartão de crédito, pedido de empréstimos etc.
Além disso, eles podem entrar em contato com algum morador da casa e conseguir novas informações. Ou ainda, adentrar ao condomínio de forma muito mais simples.
Sendo assim, removam todas as etiquetas dos pacotes e rasguem em vários pedaços para que não seja viável a acessibilidade aos seus dados.
Os cuidados dos colaboradores na segurança
Os colaboradores (porteiros, faxineiros, manobristas e zeladores) devem estar bem-preparados na questão da segurança em condomínios.
As portarias são os principais acessos para os criminosos entrarem ou agirem rapidamente.
Para potencializar a segurança, algumas ações podem ser feitas com a colaboração dos funcionários, como:
- cadastro de prestadores de serviço;
- controle rígido de entrada e saída de pessoas;
- portões trancados durante as manutenções externas;
- orientações padronizadas para funcionários terceirizados;
- confirmação do morador no caso de subir ao apartamento;
- discrição dos porteiros e zelador quanto à vida dos condôminos e,
- acompanhamento do zelador junto ao prestador de serviço em áreas comuns.
Quanto à visita do corretor de imóveis, é importante que ele (o corretor) esteja em dia com seu CRECI e uma carta de autorização da imobiliária. E, igualmente, que o interessado seja registrado no sistema de controle de acessos do condomínio ou no antigo livro de visitantes.
Um outro ponto importante é que tanto o porteiro, zelador e demais funcionários devem estar atentos aos métodos dos criminosos. Se eles observarem alguma atitude suspeita devem saber como proceder e a quem se dirigir.
O indispensável da segurança na parte administrativa
Chegamos ao ponto em que o síndico, conselho e administradora estejam alinhados no mesmo propósito.
Visto que os criminosos estão gerando novas formas de “ataque”, a melhor defesa, nesta conjuntura é a prevenção.
O uso da tecnologia é imprescindível em prol da segurança em condomínios. É uma aliada que minimiza bastante qualquer tentativa de assalto.
O acesso digital, o controle de encomendas e as mensagens via celular (por aplicativo ou WhatsApp) têm facilitado a vida dos moradores na questão da segurança.
Com esses procedimentos, as autorizações ficam registradas e disponíveis tanto para o morador quanto para a administração. É mais segurança para todos.
Falando ainda de tecnologia, o circuito de CFTV deve estar sempre funcionando e coberto em toda extensão condominial. Os acessos restritos devem ser respeitados e usado somente para quem é de direito.
Outras ações que podemos destacar:
- criar um plano de segurança;
- uso de crachá a todos os prestadores de serviço;
- elaborar protocolos emergenciais em caso de alguma ocorrência;
- contar com uma empresa de gestão condominial de alta qualidade;
- campanha regular de conscientização dos moradores sobre o tema;
- treinamento adequado de acordo com as funções de cada funcionário;
- produzir uma cartilha com as medidas de cautela para os condôminos;
- nas garagens e estacionamentos, criar regras e ter os veículos identificados e,
- capacitar todos os colaboradores para aplicar os procedimentos corretos no caso de alguma suspeita ou evento;
O alinhamento das três bases
Por todo o exposto, consideramos que a segurança em condomínios deve ser um item discutido em todas as pautas de reuniões, pois não é à toa que muitas pessoas escolheram morar em um apartamento por este motivo.
O investimento em soluções e equipamentos de segurança serve não só para validar a proteção quanto demonstrar aos mal-intencionados que lá não vale o risco.
Tudo isso serve para ajudar, desde que se tenha atitude e comprometimento por parte de todos os indivíduos envolvidos. Se houver cooperação mútua, a incidência de algum sinistro será mínima.
Reforçando que a responsabilidade da segurança em condomínios não se limita apenas a administração. A conscientização de cada morador também faz parte desta cautela.
A prevenção é a melhor forma de se combater os criminosos, mas na eventualidade de qualquer ocorrência, os protocolos seguidos corretamente podem diminuir os estragos.
Se houver alguma postura inadequada ou equivocada, por parte do morador ou colaborador, as consequências podem ser desastrosas e irreversíveis, dependendo do estado emocional do bandido.
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